Umbanda e Candomblé ampliam número de adeptos, aponta IBGE. Entenda o crescimento
Em 2025, o cenário religioso brasileiro apresenta mudanças significativas. Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um crescimento notável no número de seguidores da Umbanda e do Candomblé no país. Esse aumento chamou a atenção de especialistas, indicando transformações no perfil espiritual da população e o fortalecimento da expressão de religiões de matriz africana, setores historicamente marcados por desafios e preconceitos.
Historicamente, tanto a Umbanda quanto o Candomblé estiveram associados à resistência cultural, enfrentando preconceitos e pouca visibilidade nas estatísticas oficiais. Agora, com a ampliação do reconhecimento social, observa-se uma maior disposição das pessoas em declarar sua fé nessas tradições, refletindo novas dinâmicas sociais e o avanço de debates sobre identidade, pertencimento e respeito à diversidade religiosa no Brasil.
Por que as religiões de matriz africana estão crescendo?
A atual pesquisa do IBGE revela que, do último censo até este ano, o número de adeptos declarados da Umbanda e do Candomblé teve uma trajetória de avanço constante. Três fatores principais ajudam a explicar esse resultado: maior visibilidade pública, aumento da valorização cultural e o fortalecimento de políticas de combate à intolerância religiosa.
- Visibilidade na mídia: Rituais, cerimônias e manifestações dessas religiões aram a ocupar espaço crescente em meios de comunicação, séries e documentários.
- Valorização da ancestralidade: Muitas pessoas reforçam laços com suas raízes africanas, encontrando nos terreiros um espaço de pertencimento e orgulho.
- Debates sobre tolerância religiosa: O avanço de discussões sobre direitos humanos contribuiu para uma postura mais aberta diante da diversidade religiosa.
Outro ponto de destaque é o papel das novas gerações, que têm buscado compreender e preservar tradições culturais, influenciando o número de conversões e o interesse por rituais afro-brasileiros. Cidades que antes apresentavam resistência vêm se tornando polos de articulação e difusão desses costumes.
O que aponta a pesquisa recente do IBGE?
De acordo com o levantamento divulgado em 2025, a porcentagem dos participantes da Umbanda e do Candomblé cresceu de forma contínua nos últimos anos. O Candomblé registrou um salto importante, especialmente nas regiões metropolitanas, como Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Já a Umbanda expandiu sua presença não apenas em áreas urbanas, mas também no interior, ultraando fronteiras regionais.
- Entre 2020 e 2025, a adesão a religiões de matriz africana triplicou em alguns estados do Norte e Nordeste.
- Pessoas de diferentes faixas etárias aram a itir publicamente sua ligação com essas crenças, muitas vezes antes restrita ao âmbito familiar.
- Iniciativas de mapeamento religioso contribuíram para maior precisão na identificação do número de devotos.
Além disso, a coleta de dados mais detalhada permitiu incluir denominações específicas, antes agrupadas em categorias genéricas. Isso revelou uma pluralidade de práticas e uma nova compreensão sobre a contribuição dessas manifestações religiosas para o tecido social brasileiro.
Quais fatores contribuem para o reconhecimento dessas religiões?
O reconhecimento institucional da Umbanda e do Candomblé encontra apoio em diferentes esferas. Nos últimos anos, ações governamentais e campanhas educativas têm abordado temas relacionados ao combate ao racismo religioso, promovendo o respeito e conscientização. Escolas aram a incorporar conteúdos que valorizam a história e a cultura afro-brasileira, fomentando uma geração mais informada e receptiva à diversidade espiritual.
A proteção dos terreiros como espaços de importância histórica e cultural também contribui para fortalecer a autoestima dos praticantes. Muitos centros religiosos investem em atividades sociais, como distribuição de alimentos e orientação comunitária, ampliando o impacto social e a percepção positiva dentro dos bairros onde estão inseridos. Assim, o número crescente de adeptos reflete não só uma mudança de mentalidade, mas também o reconhecimento do papel fundamental dessas religiões na construção da identidade nacional.