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Redes sociais alimentam problemas de saúde mental em adolescentes, diz estudo

Segundo um relatório do grupo de defesa dos direitos da criança KidsRight divulgado nesta quarta-feira (11/6), uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos sofre de algum tipo de problema de saúde mental

Adolescentes em redes sociais -  (crédito: Freepik)
Adolescentes em redes sociais - (crédito: Freepik)

A crise de saúde mental entre crianças e adolescentes em todo o mundo atingiu um ponto crítico devido à "expansão descontrolada" das redes sociais, segundo um relatório do grupo de defesa dos direitos da criança KidsRight divulgado nesta quarta-feira (11/6). 

Pesquisas da organização com sede em Amsterdã e da Universidade Erasmus de Roterdã mostram que uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos sofre de algum tipo de problema de saúde mental. 

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"O relatório deste ano é um alerta que não podemos mais ignorar", afirmou em um comunicado Marc Dullaert, fundador e presidente da KidsRights. 

"A crise de saúde mental entre nossas crianças atingiu um ponto crítico, exacerbada pela expansão descontrolada das redes sociais, que privilegia o uso em detrimento da segurança", disse ele. 

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O KidsRight Index é um relatório anual produzido pela fundação, que avalia o compromisso de 194 países com os direitos da criança e o quanto estão se esforçando para melhorá-los. 

Em seu relatório de 2025, a KidsRights identifica uma "correlação perturbadora" entre a deterioração da saúde mental das crianças e o que descreve como uso "problemático" das redes sociais — um uso viciante que atrapalha a vida diária dos usuários.

Também observou uma correlação entre o consumo excessivo de conteúdo na internet e tentativas de suicídio. 

A taxa global de suicídio é de 6 por 100.000 entre adolescentes de 15 a 19 anos, observa o documento, citando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

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No entanto, o relatório observou que restrições rígidas — como a decisão da Austrália de proibir o o de menores de 16 anos — também não são a melhor solução. 

"Proibições rígidas podem infringir os direitos civis e políticos das crianças", incluindo o o à informação, segundo o KidsRight Index. 

O texto, portanto, recomenda uma abordagem mais global e sutil que considere o o das crianças a conteúdos educativos e também evite seu isolamento. 

O relatório observa que "os avanços tecnológicos dos últimos anos abriram uma caixa de Pandora de desafios e oportunidades". 

Em relação às oportunidades, o texto destacou o o à informação, mas em sua lista de desafios, citou a exposição das crianças a bullying, violência psicológica, exploração sexual, violência de gênero e desinformação.


Por AFP
postado em 11/06/2025 09:44
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