Miley Cyrus voltou às paradas com seu novo disco, Something Beautiful, e garantiu mais uma entrada de peso na Billboard 200. Lançado sob o selo da Columbia Records, o álbum estreou na quarta colocação do ranking norte-americano, atrás de nomes que dominam os gêneros country, K-pop e R&B.
Morgan Wallen lidera com Im the Problem, o grupo SEVENTEEN ocupa o segundo lugar com HAPPY BURSTDAY, e SZA mantém o prestígio do álbum SOS na terceira posição.
Apesar de não conquistar o topo, a cantora tem motivos de sobra para comemorar. Esta é a 15ª vez que Miley figura no Top 10 da Billboard 200 uma façanha que inclui sua fase como protagonista de Hannah Montana, quando sua carreira e sua personagem se confundiam no imaginário coletivo de uma geração.
Com essa nova conquista, a artista reforça sua longevidade no cenário pop e mostra que, mais do que sobrevivente da indústria, é uma reinventora nata.
De acordo com dados da empresa Luminate, Something Beautiful somou 44 mil unidades equivalentes em sua semana de estreia, sendo 27 mil em vendas puras e mais de 22 milhões de streams.
Embora os números estejam abaixo do desempenho inicial de Endless Summer Vacation — que acumulou 119 mil unidades na estreia em 2023 — Miley encara essa nova fase com um olhar mais artístico e pessoal.
A cantora já declarou publicamente que considera este seu melhor trabalho até agora. E não por acaso. O disco foi desenvolvido durante a criação do álbum anterior, mas ganhou vida própria ao longo do processo.
É, segundo a própria, o projeto mais abertamente LGBTQIA+ de sua carreira. A liberdade criativa transborda não apenas nas composições, mas também na estética visual: o álbum é acompanhado de um filme musical que será lançado nos cinemas brasileiros até o fim deste mês.
Para Miley, o foco agora está mais na expressão do que na competição. O disco não apenas traduz sua fase mais madura, mas também marca uma escolha consciente por narrativas que falam mais alto que os gráficos de desempenho.
Miley Cyrus e Hannah Montana, ado resolvido e portas abertas
Em meio à celebração do novo álbum, Miley também revelou um detalhe curioso sobre sua trajetória. Durante anos, após deixar a Disney, a artista não tinha permissão legal para cantar as músicas da era Hannah Montana, apesar de ter sido o rosto, a voz e a alma do fenômeno adolescente que movimentou bilhões em produtos e turnês.
“Não que eu quisesse cantar ‘The Best of Both Worlds’ entre ‘We Can’t Stop’ e ‘Wrecking Ball’, mas era estranho saber que aquelas músicas tinham minha cara e minha voz e eu não podia cantá-las”, comentou, em tom de desabafo. Agora, com o reconhecimento tardio da Disney e o título de Lenda da Disney em mãos, Miley pode finalmente retomar, se quiser, as canções que marcaram o início de tudo.
Aos 31 anos, a artista se mostra cada vez mais em paz com sua história e firme em suas escolhas. Something Beautiful não é apenas um álbum. É um manifesto de autenticidade, uma reconciliação com o ado e uma declaração de liberdade artística.
Se os números não superaram seus recordes anteriores, ao menos indicam que Miley Cyrus ainda sabe como se manter relevante e, acima de tudo, verdadeira.