BRASIL EM TRANSFORMAÇÃO

Minerais estratégicos são essenciais para transição energética, diz Jungmann

Em evento realizado pelo Correio, o presidente do Ibram defendeu o avanço na exploração de terras raras e outros minerais escassos e avaliou que Brasil está bem posicionado

"O Brasil tem um enorme potencial em termo de prover para o mundo", disse Jungmann, nesta terça-feira (10/6), durante o debate Brasil em transformação: mineração no Brasil e no exterior, realizado pelo Correio - (crédito: Mariana Campos/CB/D.A Press)

Apesar de ser o quinto maior produtor de minerais no mundo, o Brasil ainda carece de produção necessária de minerais críticos e estratégicos para impulsionar a indústria nacional. Com esse posicionamento, o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, avalia que o país tem o potencial de ser um dos grandes players desse setor.

O também ex-ministro da Defesa citou o potássio e o fosfato como exemplos de minerais que são pouco produzidos no país, apesar de serem necessários para a agricultura e outros setores. Na visão dele, o Brasil deve reduzir sua dependência de outros países, como a China — maior produtor de minerais no mundo —, para assegurar uma função de destaque na cadeia de suprimentos global.

“Esses minerais são absolutamente fundamentais e estratégicos para a questão da ciência, inovação, tecnologia e defesa. Então, se você olhar, vai perceber que o mineral está no centro de absolutamente tudo e o Brasil tem um enorme potencial em termo de prover para o mundo”, disse Jungmann, nesta terça-feira (10/6), durante o debate Brasil em transformação: mineração no Brasil e no exterior, realizado pelo Correio.

De acordo com uma definição adotada pelo Ibram, enquanto os minerais críticos são aqueles escassos no país, os estratégicos são as variações produzidas em território nacional, mas que têm maior demanda no exterior. Para o presidente do instituto, a China ainda detém grande parte das reservas e produção desses minerais, enquanto, no Brasil, cerca de 70% do volume exportado corresponde a ferro.

“Nós temos que tomar cuidado no sentido da diversificação. Os investimentos em termos de minerais, de 2025 a 2029, serão de US$ 68 bilhões. Porém, o investimento dos chamados minerais críticos estratégicos é baixo. Ele está sobretudo voltado, por exemplo, para o minério de ferro, o minério de cobre, atividades logísticas e sobretudo para o ESG, quer dizer, para as questões de sustentabilidade”, considerou.

Diante disso, Jungmann sustentou ainda que esses minerais são fundamentais para o processo de transição energética, com o objetivo de superar a questão climática. “Então, não tem transição, não tem saída para a emergência climática, que ameaça toda a humanidade, é preciso sempre lembrar isso, sendo os minerais críticos e estratégicos, que inclusive precisam ser muito mais produzidos”, acrescentou o ex-ministro.

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postado em 10/06/2025 14:38 / atualizado em 10/06/2025 14:42
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